
INCoDe.2030: muito mais do que competências digitais
Em 2005, Thomas Friedman surpreendeu muita gente ao afirmar que afinal vivíamos num mundo plano. Referia-se, claro, não à forma do nosso planeta, ainda que existam grupos que a questionem, mas sim aos efeitos que a globalização havia produzido no nosso mundo. Foi uma afirmação que perdurou e ainda hoje é citada recorrentemente para explicar as grandes transformações económicas e também culturais que a globalização trouxe. E se há 15 anos ninguém duvidava que esse mundo plano que nos tinha sido apresentado apenas poderia caminhar para ficar mais ainda mais plano, quer fosse pelo aumento das transações económicas ou deslocação de pessoas entre países, hoje não só começamos a duvidar dessas previsões, como os tempos parecem indicar caminhos muito diferentes para as relações entre países.
Não é necessária uma grande análise da história da Humanidade para se perceber que o ser humano e a forma como se comporta e organiza constituem sistemas demasiado complexos para que os possamos modelar ao ponto de efetuarmos previsões relevantes com uma probabilidade apreciável de concretização. O mundo, aliás, o universo, está cheio destes sistemas complexos, cuja quantidade e complexidade de interação entre as variáveis que os constituem nos impedem de os compreender verdadeiramente. E como aquilo que não compreendemos também não controlamos, temos sempre dúvidas em atuar sobre esses sistemas numa ou outra direção, pois os resultados podem ser verdadeiramente imprevisíveis. O problema é que a maioria dos sistemas com interesse para o Homem são na verdade sistemas complexos, que vão desde o estado do tempo, passando pelo sistema nervoso de um ser vivo, até ao funcionamento de uma “simples” célula microscópica.
Leia o artigo completo de Nuno Feixa Rodrigues, Coordenador do Portugal INCoDe.2030, em:https://www.ordemengenheiros.pt/pt/centro-de-informacao/publicacoes/revista-ingenium/ingenium-n-o168-edicao-de-abril-maio-e-junho-2020/