
Comunidades Criativas para a Inclusão Digital em destaque no Índice de Digitalidade da Economia e Sociedade da Comissão Europeia
Pelo segundo ano consecutivo, o projeto do INCoDe.2030 “Comunidade Criativas para a Inclusão Digital” (CCID) está em destaque no Índice de Digitalidade da Economia e Sociedade da Comissão Europeia para 2019 (IDES, ou DESI na denominação em inglês, Digital Economy and Economy Society Index), divulgado esta semana. Esta é uma iniciativa de importância incontornável, dado que se integra no indicador do “Capital Humano”, aquele que se apresenta como “um dos principais obstáculos para que Portugal atinja os seus objetivos políticos em termos de coesão social e competitividade económica”, tal como é referido no documento do IDES 2019.
São 5 as categorias que agrupam os 31 indicadores compõem este Índice comunitário, apresentado desde 2014 pela Comissão Europeia, no âmbito do Mercado Único Digital (Digital Single Market).
Portugal mantém-se desde 2018 em 19ª lugar, sendo o Índice liderado pela Finlândia e encerrado pela Bulgária. “Serviços Públicos Digitais” é a categoria com melhor desempenho a nível nacional, com 71,4 pontos face a 62,9 da média Europeia, impulsionada por um aumento considerável da percentagem de utilizadores da administração pública online.
Tanto a nível da “Conectividade” como da “Integração das Tecnologias Digitais”, Portugal aproxima-se da média europeia (57,9 pontos portugueses face a 59,3 comunitários, e 42,8 face a 41,19 respetivamente), registando uma melhoria das taxas de utilização dos serviços de banda larga ultrarrápida fixa e móvel, e também progressos no que diz respeito à utilização de serviços de computação em cloud por parte das empresas.
Já na “Utilização de Serviços Internet” Portugal fica aquém (44,5 pontos face a 53,4 da UE), o que se explica, em parte, pelo número relativamente elevado de pessoas que não utilizam regularmente a Internet (23% em Portugal, o dobro da média europeia).
É, contudo, no “Capital Humano” que o caminho a percorrer é mais longo: face à média europeia de 48 pontos, Portugal soma 35,2. Neste contexto, as CCIDs (Eixo 1 – Inclusão) procuram combater fatores como as desigualdades socioeconómicas, o sexo, a idade e as necessidades especiais, entre outros. Há dez comunidades em todo o país, que se desenvolvem em torno de 5 modelos: planos municipais de inclusão digital; móvel; intergeracional; iniciativas de inclusão digital em fase de arranque; e redes. O projeto piloto das CCIDs foi lançado em maio de 2018 na vila de Tabuaço, Viseu, com o projeto “Somos Douro”.
Enquanto a média da UE se situa nos 52,5 pontos, Portugal atinge os 49,2 em 2019, uma pontuação ligeiramente mais alta que em 2018 (46,8 ponto). A Comissão Europeia destaca que Portugal está a adotar medidas relevantes para continuar a modernizar os serviços públicos com a ajuda de tecnologias digitais e é um dos líderes da UE neste domínio, salientando ainda ser improvável que a percentagem relativamente grande da população portuguesa que não utiliza a Internet ou que o faz raramente venha a beneficiar dos serviços públicos digitais do país.
O programa INCoDe.2030 - Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030, lançado em 2017, é um programa governamental que visa o desenvolvimento de políticas públicas, ações e iniciativas para o reforço das competências digitais, de forma transversal, a toda a sociedade portuguesa e, dessa forma, contribuir para melhorar os referidos indicadores onde há vulnerabilidades.